Essa semana estava dando uma olhada na internet, e me deparei com o pôster promocional do Pennywise, o palhaço do clássico filme de terror do início dos anos 90 "It - Uma Obra Prima do Medo", em sua versão para o remake que está previsto para ser lançado em 2017.
Como o título já diz, se é Obra Prima, não se mexe.
Pra quem não o assistiu, "It - Uma Obra Prima do Medo" é um telefilme baseado na obra do Stephen King, e conta a história de Derry, uma pequena cidade americana que é aterrorizada por um ser, que ficou conhecido como "A Coisa". Suas vítimas eram crianças, a quem sempre aparecia como o palhaço Pennywise. Vai ver que foi daí que surgiu tantas pessoas que tem fobia deste personagem de circo (conheço várias).
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Pennywise de 1990 (topo) e a nova versão (foto inferior): Mesmo separados pela tecnologia do novo, o antigo parece bem mais assustador! (Divulgação) |
Com esse anúncio, a minha aversão à remakes só aumentou. Não generalizando, existem refilmagens que ficam até melhores que os originais.
Um exemplo de remake que eu curti foi "Bravura Indômita", de 2010, que é uma refilmagem. A primeira versão de mesmo nome foi lançada em 1969, com John Wayne.
"A Fantástica Fábrica de Chocolate", de 2005, com Jonnhy Depp no papel de Willy Wonka, pra mim, só valeu porque teve a direção do Tim Burton. Mas ainda assim prefiro o original.
Ou seja, filmes mais antigos, que pouca gente conhece, é uma boa saída para remakes.
Agora me diz, como deixaram, por exemplo, refilmarem o clássico "Psicose" do Hitchcock?
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Janet Leigh na versão de 1960 (à esquerda) e o remake de 1998 com AnneHeche: Uma morte horrível para a segunda versão (Foto: Divulgação) |
E existem também os chamados "Reboots".
Como distinguimos Remake de Reboot? Simples.
REMAKE é quando a gravação da obra se baseia na sinopse original, ou seja, é a mesma história, com outros atores.
REBOOT é quando a história original é usada como "gancho" para uma nova produção.
Pra simplificar a explicação, os "reinícios".
Exemplos famosos: X Men: First Class, Planeta dos Macacos: A Origem e Batman Begins.
Mas existem filmes, e até novelas que de tão clássicas jamais deveriam permitir uma "nova versão".
"It" é um deles. Agora você já imaginou por exemplo um remake de "Os Goonies", ou "... E O Vento Levou"? Impossível imaginar.
A mesma ideia tenho sobre novelas.
Assim como os filmes, existem exemplos de remake que deram certo.
"Mulheres de Areia", "Tititi" e "Anjo Mau" são alguns exemplos. "Gabriela", de 2012, com a Juliana Paes, teve até boa aceitação, mas ninguém vai deixar de ligar o personagem do livro de Jorge Amado a Sonia Braga. Não dá.
Ainda bem que não penso dessa forma sozinho. Em entrevista recente, o autor Aguinaldo Silva declarou que “O 'remake' NUNCA é melhor que o original. E quando o original virou um clássico, então… ". E completou:“Tieta” é aquela “Tieta” e acabou. Ufa. (Obrigado, Betty Faria e Sonia Braga, desculpa).
Existem ainda o costume de refilmagem de produções estrangeiras. Os mais conhecidos são os filmes de terror japoneses, como "O Chamado e "O Grito" (que aliás ganhou um filme que trará o embate entre as entidades dos dois filmes). Ok, os filmes funcionam, até aí tá valendo.
Aí tem aqueles filmes que consideramos clássicos, mas que nem imaginamos se tratar de refilmagem:
Essa nem eu sabia! O clássico filme das tardes nos anos 90 (e até hoje é exibido de vez em quando, com menos frequência que naquela época), "A Lagoa Azul" é uma refilmagem do filme de mesmo nome, lançado em 1949, tendo Jean Simmons e Donald Houston nos papeis principais.
"Vanilla Sky" foi lançado em 2001, e até então parecia ser uma história inédita. Não era.
Trata-se de um remake do filme espanhol "Abre los Ojos", lançado em 1997.
Penélope Cruz, curiosamente, integrou o elenco das duas produções com o mesmo papel, Sofia.
Outro que não sabia se tratar de remake é "Scarface", um dos melhores filmes do cinema e do mestre Brian de Palma, é uma refilmagem do filme homônimo, lançado em 1932.
Ou seja, já havia existido um Tony Montana antes de 1983.
Um dos filmes mais nojentos que já assisti (o enredo é tosco, mas as cenas são de embrulhar o estômago), foi lançado em 1986, também é uma refilmagem do filme de mesmo nome em 1958 (no Brasil, a primeira versão recebeu o nome de "A Mosca da Cabeça Branca").
Remake pode ser válido em alguns casos, até porque existem inúmeras obras que podem ser revisitadas.
Mas bem que poderiam criar uma cláusula em contrato, impedindo que o filme seja refilmado caso tenha grande repercussão e se torne um sucesso.
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